
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) encaminhou, nesta quinta-feira, 2, a expulsão do ex-deputado federal Cabo Sabino (Avante) dos quadros da Polícia Militar do Ceará. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE).
Na determinação de 20 páginas assinada por Rodrigo Bona Carneiro, controlador-geral de disciplina, é acatado o relatório final da comissão que avaliou o caso, com a sanção de expulsão “em face da prática de atos desonrosos e ofensivos ao decoro profissional, por sua participação e função de liderança, com os contornos jurídicos delineados na presente decisão, antes e durante o movimento grevista ocorrido no período de 18/02/2020 à 01/03/2020”
Sabino é considerado um dos principais articuladores do grupo de amotinados que se concentraram no 18º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Antônio Bezerra, em fevereiro de 2020. Outros grupos de diversas cidades cearenses estiveram em mobilizações que duraram durante o período do motim.
O movimento paredista só foi encerrado no dia 1º de março do ano passado, quando PMs votaram pela aceitação de uma proposta do governo e o fim da mobilização. Na ocasião, Sabino se manifestou contra a decisão da maioria do acordo, que não previa anistia.
Segundo o CGD, outros cinco PMs já foram excluídos da corporação e seis, punidos com sanções disciplinares de permanências por participação no motim. Outros 351 policiais identificados por participação continuam respondendo a processos administrativos disciplinares, estando estes em fase de instrução processual. Além disso, existem investigações em curso, que podem resultar em novos processos disciplinares.
Em outubro deste ano, já ciente da expulsão, Sabino se manifestou contra a decisão da CGD tomada na época. “A maioria decidiu, mas vocês acabaram de assinar a minha demissão. Eu não tenho dúvida”, disse.
O POVO